3 de Fevereiro de 2020

Publicação #2

Publicação #2

Rico, N.M.M. 2019. Estimativas de Stock de Carbono em zonas ripárias. Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Gestão e Conservação de Recursos Naturais, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Lisboa, 42 p.

 

Sumário: Os ecossistemas ribeirinhos apresentam um grande potencial de armazenamento e sequestro de carbono (C) a longo prazo. No contexto atual há uma procura crescente por estimativas precisas para a região do Mediterrâneo. Nesta tese, estimamos os stocks de carbono de uma floresta ribeirinha do Mediterrâneo usando dados de campo recolhidos em 2018 e identificamos a contribuição das diferentes componentes do ecossistema (arbórea, folhada e solo) para o reservatório total de carbono. A área de estudo é um afluente do rio Tejo com cerca de 3 km de extensão, localizada em Portugal, no Sudoeste da Europa. Foi desenvolvida uma equação alométrica para o cálculo da biomassa para o salgueiro-branco (Salix salviifolia), espécie endémica da península ibérica, e aplicadas as equações alométricas disponíveis na bibliografia para o amieiro (Alnus glutinosa), Mimosa (Acacia dealbata), Freixo-comum (Fraxinus angustifolia), Borrazeira-preta (Salix atrocinerea) e Choupo-negro (Populus nigra), usando como variáveis o Diâmetro à Altura do Peito (DAP) e Altura Total (H), amostrados em 14 parcelas circulares. Os resultados mostram que as zonas ripárias dominadas por Acacia dealbata apresentam os valores médios totais (árvores +folhada +solo) de stock de carbono mais elevados (275 Ct/ha), seguidas das zonas dominadas por Alnus glutinosa (134 Ct/ha) e por Salix salviifolia (97 Ct/ha). A componente arbórea apresenta os maiores contributos (76%) para o reservatório total de carbono, seguida da componente da folhada (14%) e da componente do solo (10%). Os resultados mostram ainda uma elevada variabilidade nos valores médios de stock de carbono para a componente arbórea e para a folhada estando estes resultados relacionados com a densidade, a dimensão da vegetação e o estágio de sucessão das diferentes espécies presentes na galeria ribeirinha em estudo. Quanto à componente do solo, os resultados mostram uma reduzida variabilidade possivelmente explicada pelas características morfológicas e pela elevada dinâmica fluvial encontrada ao longo de toda a ribeira. Esta tese fornece as bases para a avaliação do sequestro de carbono fornecido por florestas ripárias mediterrâneas, um Serviço do Ecossistema de elevada relevância para a regulação dos efeitos das alterações climáticas.

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